OS MALEFÍCIOS DO XADREZ
Iridio Johansen de Moura, em 29/01/2018
iridio@uol.com.br
O MALEFÍCIO DA DÚVIDA
Falam tanto em benefícios e pouquíssimo em malefícios que estes parecem inexistir ou serem desprezíveis.
Então é oportuno rever acepção da palavra malefício: “ação ou efeito de maleficiar; o que tem efeito nocivo, prejudicial; dano, mal, prejuízo”. (Houaiss), que reforça ser antônima de benefício.
Neste caso não cabe aqui a que fala em “sortilégio efetuado com a intenção de fazer o mal; feitiço, bruxaria”.
Há benefícios sem malefícios? Há bônus sem ônus? O mundo sabe que “não há almoço grátis”.
Ministro da Fazenda caiu ao confessar que: “Eu não tenho escrúpulos; o que é bom a gente fatura, o que é ruim a gente esconde.” O que é benefício a gente fatura, o que é malefício a gente esconde? E os escrúpulos?
Tanto se esconde debaixo de tapetes que uns ficam tão alto em cima de monte de problemas, corrupções e outras sujeiras que acabam voando, sem o Aladim envergonhado de tantos lixos. Haja tapetes!
Aqui surge a primeira dúvida: por que explicitar malefícios? Ter dúvida é salutar, doentio é morar com ela.
Não se apela aos malefícios da dúvida, mas aos benefícios dela: em “dubio pro reo” ou “dividida é da defesa”.
“Há males que vem para o bem”, há bens que vem para o mal?
Bulas de remédios alertam sobre efeitos colaterais e recomendam providências conforme sintomas.
Tem que denunciar os malefícios, mesmo sem delação premiada ou leniência, pois “quem avisa amigo é”.
Ainda que se preocupem mais com “o que ganho com isto” e menos com “o que perco com isto”.
MAL EDIFÍCIO
É milenar a recomendação de construir encima de rocha e não de areia, para a edificação não desabar.
Luzes fortes destacam os aspectos favoráveis, mas fazem emergir também os desfavoráveis.
Não bastam saber quantos gols, cestas, pontos, etc. foram feitos é preciso computar os levados.
Do mesmo modo não é suficiente contar os benefícios, tem que contabilizar igualmente os malefícios.
Mesmo que os malefícios já estejam embutidos nos estudos dos benefícios é necessário explicitá-los.
Devemos analisar Forças e Fraquezas, Ameaças e Oportunidades. Por mais que sejam privilegiados os aspectos positivos, no “esquema pau na máquina”, é necessário considerar também os negativos.
Conhecer bem os malefícios ajuda a evitar, minimizar ou neutralizar seus danos, pois eles afetam, ofuscam, reduzem, anulam benefícios e assim são indesejados.
Se reconhecidas ameaça pode ser canalizada como oportunidade e fraqueza como força, conforme a situação, a criatividade e o esforço bem conduzido. Do mesmo modo malefício seria usado como benefício.
AS DÚVIDAS DOS MALEFÍCIOS
No Xadrez não é suficiente ver apenas o próximo lance e não podemos ficar somente na análise dos benefícios, difíceis de apurar, mesmo com os excelentes profissionais que o fazem cientificamente.
‘No creo em maleficios en ajedrez, pero que los hay los hay’. Se existem porque não são abordados?
Será que é porque “Em casa de enforcado não se fala em corda”? Mas no Xadrez não há peça enforcada, apenas Rei afogado, que não morre e dá risada pelo opositor ter vacilado com o empate. A corda? Acorda!
Sem precisar se apressar para tirar o Rei da forca, temos que considerar os malefícios do Xadrez e tratá-los.
A PROVA DOS MALEFÍCIOS
É importante saber quais as condições anteriores de quem começa a praticar o Xadrez. Depois detectar os malefícios, sendo que os físicos, são bem mais fáceis, pois eles machucam, doem, sangram, mancham, fedem, incapacitam, cegam, ensurdecem, emudecem, aleijam, imobilizam, matam. E afetam famílias e comunidades.
Cômodo seria pessoal doutros esportes apontarem os malefícios do Xadrez. Que o façam! Cito os que sei, levantados em meio século de prática e observação dos praticantes.
O(A)? A(O)!
Escrevo aqui como se todos os envolvidos com o Xadrez fossem homens. Aparentemente desprezo a importância das mulheres no Xadrez. Muito longe da verdade, pois reconheço a força enxadrística feminina.
Tem crescido sua participação em quantidade e qualidade no Xadrez, onde ao contrário de esportes em que “menina não entra” ou só compete em categoria exclusiva, além desta, elas participam do Absoluto.
As mulheres encarando dificuldades de preconceito, TPM, menstruação, gravidez, amamentação, maternidade, assédio, abuso, violência, muitas vezes demonstram mais inventividade que o ‘xadrez força/ decoreba’.
Enalteço as enxadristas, entre as quais as da admirável e exemplar família Polgar, desejando estupendo crescimento nos tabuleiros e sucesso na luta contra as adversidades.
Uma razão para minha atitude aparentemente discriminatória é devido ao fato que raríssimas mulheres jogaram nas competições no passado que participei e relato episódios.
Mas o motivo principal é não ter que escrever volta e meia “o(a)” ou no plural e variantes, tipo esse(a/s). Ou “a(o)” que para mim seria o correto por entender ser “o(a)” resquício machista. Por que o “o” vem antes do “a” se no alfabeto é o contrário? Por coincidência (?) o “a” inicia a palavra “alfabeto” que termina com “o”.
“Primeiro as mulheres” é hipocrisia? Não seria ‘primeira’ as mulheres? Mulheres em frente! Enfrentem!
Rogo a todos que façam as adaptações necessárias do masculino ao feminino e ‘vice-versa(o?)’.
XADREZ É D…
Uns acham que o Xadrez é do diabo e outros de Deus, questão semelhante à da TV ou da faca de cozinha ser do “bem” ou do “mal”, conforme são usadas. E as palavras também!
CAREÇA DE SABER – = CARECA DE SABER
Para não desqualificarem estas humildes análises e opiniões, sem as examinarem bem, peço desculpas por reivindicar autoridade nelas, argumentando que as lastreei em mais do que meus 90 kg e 71 anos.
Óbvio que abobrinhas alimentam, recheadas ou não, e ‘risquinho’ debaixo do C ou outras coisinhas fazem diferença.
Às vezes é preciso eliminar, acrescentar, substituir, modificar ou inverter algo para a melhoria do todo.
Como o entendimento depende da boa vontade, conhecimento, atenção e circunstâncias, conto com isso.
PERFIL DE FRENTE, MAIS DEFERENTE QUE DIFERENTE
Sendo Engenheiro Químico (UFPR, 1972) aprendi ser essencial a análise qualitativa e quantitativa de substâncias; balanços materiais, térmicos e energéticos; pesar ganhos e perdas; medir entradas e saídas.
Como Administrador (FAE, 1974), Aperfeiçoado em Análise Empresarial (ABDE/ CEBRAE/ BADEP, 1975), Especialista em Administração Estratégica (FAE/ CDE, 1996, tese: “A Administração Estratégica na Qualidade Total e a Qualidade Total na Administração Estratégica”), Mestre em “Dirección y Gestión de Empresas” (ESADE, Barcelona/ES, 2002, tese: “Muito mais Criatividade nas Estratégias!!! Com arte, esporte, lazer e humor”), Presidente do GEPOM/PR, Grupo de Estudo e Pesquisa em Organização, Sistemas e Métodos (1992/ 94) e Consultor Proprietário da CRIE!!! Ideias e Estratégias, Consultoria Empresarial Ltda.; convivi com variados Diagnósticos Internos e Externos.
O que me habilitou a efetuar ou gerenciar a análise de mais de 100 projetos, controle de mais de 1500 projetos e acompanhamento de mais de 700 empresas, em múltiplos aspectos.
Enquanto avaliador de bens, dentre diferentes tarefas, avaliei desde uma calota velha amassada de roda de carro, largada no pátio de massa falida dum pequeno e velho moinho de farinha (pois pelas normas não podia desprezar nada); a toda maior usina de açúcar e álcool do mundo na época, com diversas fazendas.
Na vida profissional de consultor, assessor, professor e conferencista de Administração/ Gestão/ Planejamento Estratégico, Modernas Técnicas de Gestão, Organização, Sistemas e Métodos, Qualidade Total e Criatividade tive a contribuição do Xadrez ao bom desempenho nas minhas funções, que inconscientemente me ajudava.
Comecei daí a reconhecer conscientemente seu uso. Certo do que me pareciam influências e conhecimentos muito favoráveis às minhas atividades passei a usar conceitos e experiências do Xadrez deliberadamente.
Até orientei alunos nas provas a “sentar nas mãos”, técnica pra evitar “jogar ao toque”, sem refletir bem.
ARAQUIRÍDIO: DO MEU LADO ESQUERDO!
Para identificar malefícios conto com o Araquirídio, minha personalidade auxiliar do lado esquerdo do cérebro, aracnídeo de araque, com várias ‘patas’, fazedor de teia, azedo, ácido, chato, duro, irônico, analítico, examinador, realista, cheio de dúvidas; que enreda, perturba, cutuca, ‘complica’, adverte, critica, questiona, contesta; provoca reflexões; expõe o escondido; aponta aspectos negativos, alerta pra ameaças e fraquezas, exercita o contraditório e avisa: “Cuidado! Vai dar galho!”.
DANADINHO!?
Quais malefícios o Xadrez causa? Danos irreparáveis? Temporários? Minimizáveis ou curáveis? Em curto, médio ou longo prazo? Com baixo ou alto custo? Pagos pelo SUS, INSS ou particular/ plano de saúde?
CEM DORES
Criança lamentou que por ter enxaqueca ao jogar pararia com o Xadrez.
Cefaleias ocorrem principalmente nas derrotas. No entanto o Xadrez pode evitar outras “dores de cabeça”.
Dor de cotovelo pode surgir quando o concorrente na tábua de classificação ganha, mas ocorrem mais no braço “jogador” de quem exagera ao jogar “Relâmpago”. Nos dias frios recomendo praticar o ‘Xadrez de inverno’, que consiste em efetuar preferencialmente lances curtos, mais rápidos, para não esfriar a mão.
Desconheço a ocorrência de lesões devido ao Xadrez que levam à coma ou à morte e mesmo de fraturas, rupturas, distensões, tendinites, bursites, entorses e torcicolos.
Atualmente ao jogar Xadrez, sentado na mesma posição por muito tempo, tenho tido dores na coluna. Todavia, desde que comecei a jogar enfrento problemas nas colunas, filas e diagonais.
POSIÇÕES BEM TESTADAS
Adolescente, no CXC, quando perdia por ter feito burrada “das grossas”, batia fortemente algumas vezes com uma porta na testa. A porta resistiu.
Enxadrista frequentemente corre alto risco de bater a cabeça nas “árvores de decisão” e suas inúmeras ramificações, em posições complexas, cálculos difíceis, que se errar “dá galho”, sem frutos benéficos.
Apelos constantes à memória e ao raciocínio podem proporcionar danos mentais? Ou melhoram as condições de profilaxia do Mal de Alzheimer? Estas são dores de cabeça terríveis para os neurologistas.
Derrotas provocam sentimento de baixo estima? Há entendimentos que as derrotas ensinam mais.
Nos casos em que o Xadrez seja considerado vício, provavelmente está servindo para compensar o afastamento de outros, nocivos. A propósito, o Xadrez tem que ser servo e não senhor do enxadrista.
MATE EM 1 INFELIZMENTE ACONTECEM!
Nas Olimpíadas de Xadrez em Tromso, Noruega, 2014, dois enxadristas morreram de causas naturais, um jogando e outro no hotel. Ancião ao levantar-se, após partidas amistosas no Clube de Xadrez de Curitiba/ CXC, teve infarto fulminante. Morte idêntica sobreveio a um jovem no C.X. Erbo Stenzel.
Jogando baralho no CXC, quando isto era permitido lá, senhor não enxadrista “bateu com as dez”, perpetuamente. No prédio onde está o CXC seu zelador teve morte súbita, mas não jogava Xadrez.
PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DOS BENEFÍCIOS
Peruando ou jogando, empurrando peão, ainda que rivais, no final damos as mãos, pois “Gens una sumus”, bandeira que nos une numa Pessoa, família, tribo, em sensação que, por si só, é fantástico benefício.
Não é salutar se fixar nos espinhos e caroços e deixar de apreciar e falar de flores, perfumes, polpas, sumos.
Apesar dalguns benefícios já terem sido citados, “en passant”, há muitíssimo mais e o Xadrez oferece suprassumos!!! E a tendência é de serem descobertos outros, como ocorrerão com os malefícios.
E DO MEU LADO DIREITO: QUIRÍDIO!
Quem me auxilia no levantamento dos benefícios é minha personalidade auxiliar do lado direito do cérebro, apelidado de Quirídio por alunas em curso de graduação, por ser coração grande, braços abertos, amoroso, mole, doce, frágil, sensível, misericordioso, tolerante, compreensivo, otimista, sonhador, idealista, ingênuo, cheio de certezas; que conforta, elogia, motiva, apoia, agrada, emociona, orienta, aconselha, sugere, lembra, recapitula, reforça, simplifica, facilita, ilumina, conduz, levanta o óbvio, prioriza aspectos positivos, identifica e enfatiza oportunidades e forças; e estimula: “Avante! Vai dar frutos!”.
CONFORTAR OU PERTURBAR?
Em síntese, o Quirídio favorece a criatividade e o Araquirídio promove a criticidade. Ambos são faces do mesmo Iridio. Neles há simbiose e sinergia, pois um viabiliza e potencializa o outro! Haveria um sem o outro?
Cada face é usada conforme sua utilidade na situação, para “confortar os perturbados e perturbar os confortados!”, conselho tão interessante que é atribuído a diferentes autores.
Quando impera perturbação, desesperança, dificuldade, carência, dúvida, insegurança, inquietação, descrença, desmotivação e/ ou pessimismo, é útil o Quirídio.
Ao reinar ‘conforto’, comodismo, passividade, alienação, ‘ignorância’, superficialidade, covardia, hipocrisia, bajulação, ”oba-oba”, falta de reflexão e/ ou de discernimento, é necessário o Araquirídio.
Cabe a cada enxadrista com seus lados do cérebro, mesmo sem apelidos, aproveitar a excelente ajuda do Xadrez para desenvolver sua face criativa e a crítica, aproveitar e potencializar os benefícios e evitar, minimizar ou sanar malefícios.
XADREZ FRUSTA SONHO E SALVA VIDA
O sonho do meu pai na Aeronáutica era ser piloto. Em sua turma foi um dos poucos aprovados nas provas teóricas e para iniciar o curso específico esperava apenas o exame médico que demorou muitas semanas para começar. Com poucas tarefas a fazer enquanto aguardava, jogou Xadrez todo o tempo que pode.
Tendo boa saúde geral incluindo a visão, foi surpreendido com a reprovação no exame oftalmológico, que atribuiu à vista cansada pela maratona enxadrística.
Tristemente todos daquela turma de pilotos faleceram acidentados em voos solitários de treinamento.
Talvez ele tenha ficado com impressão dúbia em relação ao Xadrez. Se intimamente culpava o pelo sonho frustrado, por outro lado o agradecia por ele ter indiretamente contribuído com sua sobrevivência.
O desejo de voar se realizou com sobras por atuar na área da fotografia na FAB, participando de inúmeros reconhecimentos aéreos e registros fotográficos de escombros de sinistros para inquéritos.
Com isto foi para a reserva com muito mais horas de voo que os pilotos e mecânicos de bordo, pois enquanto esses, por questões de segurança, tinham tempo limitado em suas escalas, sendo trocados periodicamente, ele permanecia no avião, inclusive pela insuficiência de fotógrafos na FAB naquela época.
Convivi assim com malefícios e benefícios do Xadrez, ainda que indiretos, antes de começar a jogar.
FILHO QUE JOGARIA ENSINOU IRMÃO QUE NÃO QUERIA JOGAR
Meu pai ensinou Xadrez ao primogênito, não tanto ao segundo filho e desistiu quanto a mim e ao caçula.
Meu irmão mais velho, cursando engenharia civil na UFPR, foi instado por colega amigo a disputar torneio de Xadrez na faculdade. Há tempos sem jogar, sem outra opção pretendeu treinar em casa, com os dois irmãos mais novos, visto que o outro estava mergulhado no estudo para o vestibular de medicina.
Procurou me ensinar para que servisse de sparring em seu treinamento, mas com doze anos em 1958, no clima de euforia do Brasil campeão na Copa, queria jogar com ele apenas futebol de mesa/ botão.
Numa ‘chantagem’, que hoje agradeço, ele impôs que só jogaria “botão” se jogássemos antes Xadrez.
Assim iniciei minha viagem nas 64 casas ‘entabuleiradas’ e nas zilhões do entorno enxadrístico.
Meu irmão logo parou de jogar e daí raramente joguei Xadrez. No primeiro ano da faculdade lesão muscular futebolística me impediu por longo tempo de jogar futebol de salão, suíço e de campo, minhas preferências então.
Como no diretório da Faculdade de Engenharia Química tinha sala com mesas de Xadrez e boa quantidade e qualidade de enxadristas, meu espírito lúdico encontrou ambiente para deslanchar nele.
PARAR? SEM PARAR, COMPARAR!!!
Alguns podem achar melhor parar essas análises por aqui, mas a resposta impetuosa é: não parará!
Desconhecer as condições pessoais e as dos adversários é desvantagem à vitória, conforme Sun Tzu.
Após supostamente conseguir identificar os malefícios e benefícios do que praticamos é prudente aprofundar com novas reflexões, pesquisas, técnicas e tecnologias que reforcem ou contestem os resultados.
Sendo a avaliação eminentemente comparação é essencial contrastar malefícios com benefícios e indispensável confrontar o Xadrez com outros esportes nestes aspectos.
COMPLEXO DE COMPLEXIDADE
É difícil proceder a comparações devido sua complexidade: várias avaliações, cálculos, parâmetros inconsistentes, vieses, parcialidades, incapacidades, descuidos, desinteresses ou interesses pessoais.
Porém mais que utilíssima é indispensável a um exame mais completo. Ainda que inexistam pesquisas totalmente isentas, pois os pesquisadores interferem nelas, é clara e absurdamente melhor que não fazer.
RCB
Na área econômico-financeira a Relação Custos-Benefícios (RCB), é essencial, básica, para análise efetiva.
É correto deduzir dos benefícios os malefícios emergidos em competições e treinos, pois não deixam de serem como custos. Desconsiderá-los não revela os ganhos com eles e analisar a RCB do Xadrez isoladamente dos de outros esportes não mostra na íntegra seu valor, enaltecidos ao comparar.
Para representar a indagação: “O esporte comparado oferece isto mais, igual ou menos que o Xadrez?”, necessária às comparações, utilizo o ícone .
CBL
O Xadrez desenvolve a boa aplicação da importantíssima técnica do CBL. Não confundir CBL com RCB. CBL é a sigla de “Chute com Base Lógica”, intuição ‘orientada’ que diverge do puro achismo.
AVANÇO SOMENTE AVANÇA?
No Xadrez a cada avanço de um Peão ele ataca ou defende duas casas, mas deixa de atacar ou defender duas outras. Salvo os Peões nas colunas a e h, nas laterais, que atacam ou defendem apenas uma casa. Todos ao chegarem à penúltima fila de sua trajetória ameaçam serem promovidos.
Sem incoerência com “A melhor defesa é o ataque”, geralmente ao atacar mais se defende menos.
A mexida de um Peão demonstra a importância da tomada de decisão consciente, agravada por ser sem retorno. Então o enxadrista é acostumado ao optar por benefícios a assumir malefícios.
O tabuleiro da vida é muitíssimo mais complexo, mas nele esta realidade geralmente também vale.
SACRIFÍCIO À VISTA! E A PRAZO!
Há situações no tabuleiro em que é vantajoso clamar ‘minha Rainha por um Cavalo’, quando ele vale mais que a Dama. No mate tipo Phillidor ela é sacrificada sem dó para o equino relinchar triunfante!
Ao trocar peças por outras tidas como menos valiosas, visando melhor posição ou ativar peças, é renovada a ideia do escambo e ao efetuar gambitos ou o sacrifício de peças é abandonada a mera cubagem, que é simplesmente contar o volume delas e achar que tem vantagem por possuir mais milímetros cúbicos de material. É assim desenvolvida a noção de sacrifício, uma das maravilhas do Xadrez.
A compreensão de que a vantagem de espaço/ posicional ou de tempo/ iniciativa muitas vezes supera a material (quantidade e/ ou qualidade das peças), conscientiza que normalmente é preciso trocar ou ceder coisas e abandonar posições/ espaços para melhoria da situação, o que desestimula o vão materialismo.
BENEFÍCIOS DEFUMADOS E QUENTES
São imensos os benefícios proporcionados pelo Xadrez aos enxadristas e ao seu entorno. Diversos são comprovados em pesquisas acadêmicas, que sustentam teses. Outros são opiniões sem rigor científico, frutos de achismos, intuições ou vontade de justificar a dedicação a ele. Acho que achismo é um achado! Não acha?
Visto a milenar sabedoria popular que alerta “Onde há fumaça há fogo” é prudente não desprezar o que se intuí serem benefícios ou malefícios, ainda que careçam de constatação científica, pois “vai lá que” novos estudos reconheçam. Quem sabe? E podem demorar a perceber a fumaça e o fogo existente.
Aprofundamentos investigatórios às vezes contestam conclusões ‘definitivas’.
A importância do uso da intuição no Xadrez é confirmada corriqueiramente sempre que no tempo disponível a capacidade humana não alcança o fim dos cálculos necessários, nem com o apoio dos melhores “engines”.
Um dos maiores empenhos atuais na área da Inteligência Artificial é dotá-la de intuição. Ou será adotá-la?
BENEFÍCIOS A GRANEL, PARA TODOS OS GOSTOS!
O Xadrez entre outros benefícios promove o desenvolvimento da capacidade de análise e síntese; do espírito estratégico, tático e técnico; do pensamento em curto, médio e longo prazo (visão imediata e mediata); do raciocínio lógico e dedutivo; da dialética, da capacidade cognitiva; da concentração, da atenção, da imaginação, da abstração, da indução, da intuição, da criatividade, da memória (inclusive a espacial); da previsão, da noção de tempo, espaço e iniciativa; da decisão, da construção de hipóteses, da organização do pensamento; da paciência, do controle da ansiedade, da crítica e da autocrítica, incrementada ao perder.
O Xadrez nas suas faces como jogo: da competição, do entretenimento e da confraternização, quanto na solução e composição de problemas, proporciona variados benefícios, de modo prazeroso e barato.
Ajuda inclusive a momentaneamente esquecer os problemas externos ao Xadrez.
Ao competir disciplina os cumprimentos de rígidas regras e do rigoroso tempo estipulado para a reflexão.
Ele reforça respeitar professores, instrutores, árbitros, adversários, demais competidores, ambientes dos jogos, com impacto favorável na observância das normas gerais da família, da sala de aula, da escola e da comunidade.
Promove o senso de organização até no colocar as peças nos espaços certos das casas corretas.
Tudo isto contribui para mudanças positivas de comportamento, a formação da cidadania, a melhor convivência com todos, inclusive a maior interação entre alunos e seus professores, não apenas os de Xadrez.
O exame detalhado de cada aspecto envolvido numa partida auxilia avaliar melhor e não subestimar nem superestimar situações, adversários e lances nela e circunstâncias e pessoas fora dela.
Vivenciar disputas enxadrísticas, além da adrenalina liberada, educa ter atitude madura e civilizada diante de derrotas, empates e vitórias; derrotados, empatadores e vitoriosos. E a não se ensoberbecer ao ganhar.
O Xadrez melhora o desempenho geral de alunos em várias disciplinas, não só na ‘temida’ matemática.
Por deparar amiúde com aparências, no Xadrez, pode se estar mais alerta para não se enganar com elas.
O QUE QUERES?
Os benefícios pretendidos podem alterar o modo como o Xadrez deve ser tratado. Dada à amplitude extensa de benefícios é primordial definir bem o que é almejado com ele.
Quais serão o alvo principal e os secundários? Arte? Ciência? Esporte/ Jogo? Cultura? Educação? Instrumento pedagógico? Entretenimento? Confraternização? Terapia? Facilitação à inclusão social? Desenvolvimento de habilidades e da cidadania? Etc.? A resposta conduzirá o Xadrez aos aspectos escolhidos.
É preciso a cada partida de Xadrez determinar qual a finalidade dela. Ganhar? Empatar? Perder rápido para se poupar para a próxima partida? Neste caso como fica a ética?
O objetivo de um jogador pode divergir do que o adversário tem e a motivação depende desta definição.
“A diferença entre o homem e o animal é que o homem é capaz de estabelecer prioridades!” (GM M. Botvinnik).
No Xadrez sempre é possível e desejável ganhar algo, mesmo ao perder partida! Daí a cobrança de resultados não deve ser orientada apenas pelo placar, mas prioritariamente ao aprendido com ela.
Parodiando a frase anônima “Não podemos estar sempre alegres, mas podemos ser sempre felizes” diria que não podemos vencer sempre, mas podemos ser sempre triunfadores, mesmo nas derrotas.
VOCÊ DECIDE!
Escolher o objetivo, o estilo, a abertura, o ataque, a defesa, a linha de atuação e cada lance desenvolve no enxadrista a capacidade de decisão e do espírito crítico, mormente a autocrítica.
Ao impor a escolha de uma entre várias alternativas, diante de cenários que alteram a cada jogada, o Xadrez aprimora a habilidade de decidir, com assunção individual da responsabilidade sobre consequências.
Isto redunda numa postura mais adequada no enfrentamento de desafios.
“DESPACITO” E DESPACHADO
A prática ou estudo do Xadrez pode atrasar ou obstar o enxadrista de fazer outra coisa naquele momento. Mas mesmo sua visita ao WC não impede de continuar a pensar em lances à frente.
O Xadrez desenvolve o senso de controlar e otimizar o uso do tempo, dedicando-o mais às situações complexas e menos às simples, fazer as coisas no tempo disponível e certo, agir rápido quando preciso,
Alertado para os perigos da procrastinação, às vezes o enxadrista medita demorado como monge e noutras age rapidíssimo qual velocista. Há lance com mais de uma hora de reflexão e vários em segundos.
ÁRBITRO!
Nas partidas de Xadrez são permitidas as expressões faladas: empate/ “tablas” e “j’adoube”. Em desuso xeque e “gardê”. E em alta voz a palavra “Árbitro”, comumente levantando a mão. De resto o silêncio impera!
O Xadrez é dos esportes onde o árbitro menos aplica o “vale a intenção”, por ser quase desnecessário, ainda que “ameaçar seja mais importante que concretizar”, conforme Lasker, ex-campeão mundial de Xadrez.
O Xadrez com pouquíssima subjetividade poderia não carecer tanto de arbitragem, porém as várias e complicadas regras a exige. Contudo nele o árbitro pode atender quase concomitantemente várias partidas.
Árbitros de Xadrez são enxadristas e quando podem “empurram as peças” e bem, mantendo-se por dentro do jogo na teoria, na prática, no conhecimento das leis, do ambiente e dos jogadores. Digo sem fazer média com eles, o que não adianta no Xadrez, dada à isenção normal no meio.
ISOLA! SOLITÁRIO NA MULTIDÃO!
Na longa convivência com enxadristas deparei com raríssimos bajuladores ou marionetes, pois eles se acostumam a tomarem sozinhos suas decisões, com opiniões próprias, quais ermitões, largados à própria sorte e sem contar com estímulos visuais ou auditivos de treinadores e torcida. No ambiente silencioso dos jogos enxadrísticos são indevidas e abomináveis influências externas, mediante pessoas ou “engines”.
O Xadrez é dos esportes onde são menores as interferências das arbitragens, treinadores e torcidas.
Em esportes como o Voleibol e Futebol Americano é expressiva a participação de assistentes, com apoio da informática e da comunicação, na observação de estatísticas que influenciam na condução técnica da partida.
SEM ENROLAR A LÍNGUA
No Xadrez é dispensável “árbitro de vídeo”, visto ter súmulas preenchidas pelos próprios jogadores.
Hábito que estimula o praticante a registrar os lances que faz e recebe.
Por sinal, quantas linguagens são mais universais que a Anotação Algébrica Internacional de Xadrez?
Uma das raríssimas cuja leitura no tabuleiro curiosamente é feita de baixo para cima.
JOGUEI, JOGOU
Estratégia pressupõe a existência do “outro lado”, assim reconhecer que o Adversário também joga já é um benefício do Xadrez, tão explosivo quanto “descobrir a pólvora”. Deste modo largamos a desculpa de principiante: “Levei mate bem quando eu ia dar!”. Transpor esta realidade para fora do tabuleiro é vital.
JÁ PRA FORA!
Peter Drucker alerta: “Os resultados que interessam à empresa estão fora. Dentro há gastos e conflitos”.
Vale para enxadristas verem que as causas estão no tabuleiro e no exterior os efeitos interessantes.
EM NOITE ELÉTRICA DESCUBRO A DIALÉTICA
‘Descobri’ à noite, em livro sobre “teoria dos jogos”, que o Xadrez além da lógica comporta a dialética.
Surpreso, logo de manhã contei a ‘brilhante’ descoberta a colega, engenheiro civil, professor de História da Matemática, não enxadrista, mas filho de um apelidado de Morphy.
Ele indagou: “Não sabe que na matemática também tem dialética?”, o que me impactou no tabuleiro e na vida.
Quais esportes contêm mais lógica e dialética que o Xadrez?
EMPATA A TIA CONTRADITÓRIA
O enxadrista é acostumado ao direito de efetuar lance na sua vez e o dever de aguardar o do oponente.
Com este exercício constante do contraditório é esperado que o enxadrista habitue-se a isto na vida.
Concomitantemente desenvolve a empatia, o olhar também pelo ponto de vista do outro lado. Nas partidas em dupla no Xadrez a empatia é exercida mais que em dobro, ao provocar visualizar pela visão dos oponentes e do parceiro. E na modalidade “australiana” é desenvolvido ainda mais, junto à visão do futuro, ao ter que imaginar as peças que o parceiro pode passar ou precisar e as que os adversários poderão usar.
NÃO RIA POR MIM
Os argentinos têm em vários brasileiros a fama de orgulhosos e arrogantes, mas os enxadristas “hermanos”, inclusive GMs, que conheço me parecem humildes e acessíveis. Até isto o Xadrez proporciona?
ONDE O IMPOSSÍVEL É POSSÍVEL OU ILEGAL
No Xadrez pode acontecer o impossível, mas quem faz este tipo de lance paga preço caríssimo, pois se for denunciado: perde a partida se for na modalidade Rápido ou Relâmpago/ Blitz.
No Convencional fica barato cometer duas vezes o impossível, dada às pequenas penas de ceder uns minutos ao adversário no relógio. Porém se repetir pela terceira vez dança sem direito a música no Fantástico.
Quem entende que o ‘impossível’ é impossível prefere denominá-lo de “Lance ilegal/ não legal”.
Um ensinamento para fazer sempre o legal, o possível. E o impossível, se não for ilegal.
ACABOU!!!
Compreender que partida, match ou torneio “só acaba quando termina” não é tão evidente quanto parece e é importante lição do Xadrez para não relaxar diante de provável vitória ou desistir antes da hora.
Em Campeonato Paranaense por Equipe, jogando pelo Instituto de Engenharia do Paraná/IEP, fomos emparceirados na primeira rodada com uma equipe infantil, sub-12.
Meu adversário em poucos lances perdeu três peças. Daí começou a demorar bastante para jogar. Olhava mais as partidas dos colegas nos lados, que a sua. Aparentou me estar mais preocupado em não desmotivar os parceiros, com seu abandono ‘prematuro’, que em sobrevivência teoricamente impossível.
Prestes a cair sua seta estendeu a mão e quando estendi a minha ele disse algo que não discerni pela entonação neutra se era “Empate?” ou “Empate!”, então a recolhi rapidamente.
Não aceitei empatar para não prejudicar minha equipe, mas admirei seu espírito de luta até o fim.
Vários anos depois de formado, durante minha “liberdade condicional” do Xadrez, fui instado por ex-professor a defender os engenheiros químicos numa “Olimpíada dos Engenheiros”, na qual no Xadrez cada modalidade de engenharia teria um representante. Relutei em aceitar a convocação por estar ‘em recesso’, destreinado.
Ao vencer minha semifinal fui observar a outra donde sairia meu adversário na final. O engenheiro civil tinha demolido e triturado peças e estruturas dum engenheiro agrônomo, desconhecido por mim.
Estranhei não ter sido considerada concluída a obra do “construtor de galinheiros” edificada sobre o “batateiro”, como enquanto acadêmicos ‘carinhosamente’ se tratavam. Com bastante material de sobra, talvez faltasse apenas última demão de tinta no acabamento ou a fiscalização do CREA.
Sai sem precisar de espia ou “drone” para antever o agressivo jogo que teria que enfrentar, por conhecer o forte enxadrista de quem já tinha ganhado e perdido. E ele estava na ativa, bem treinado.
Sendo “saboneteiro”, como nos chamavam, fiquei matutando dias no que fazer para escorregar, dissolver, sei lá mais o que, para conter o bate-estaca impetuoso que se avizinhava e já martelava na minha cuca.
Sem disputa de terceiro lugar admirei o eng. agrônomo ir prestigiar a decisão no dia, hora e local definido.
Em grande surpresa para mim, que não surpreende quem acompanha este tema, a final foi “batateiro” x “saboneteiro”. O eng. agrônomo resistindo às chuvas e trovoadas, sem ter plantado colheu mate, sem chá, em descuido mortal na queda da derradeira lata de tinta, despencada da cumeeira, na cabeça do Rei do eng. civil.
Bem atento à colheita, sem adubar às vezes dá! Daí joguei a final mais cauteloso que nunca.
Se “a cada enxadada é uma minhoca” e a cada engendrada é uma engenhoca, a cada ‘enxadrada’ é… ?
Num Campeonato Paranaense Absoluto o lendário Otto Mak que participou de mais de cinquenta deles, sendo uma vez campeão e mais de dez vezes vice, após a última rodada aguardava apenas a conclusão da partida suspensa do único que se ganhasse poderia o impedir de conseguir seu primeiro título de campeão.
Mas este, “perdidinho”, só faltando abandonar, preferiu suspender a partida, dentro das regras da época.
Talvez para amenizar psicologicamente a derrota, ainda que no milênio passado considerassem deselegante, desrespeito e subestimação à capacidade do adversário, não abandonar quando razoavelmente inferior.
O oponente ‘ganho’, piloto da Aeronáutica, de volta de missão à Curitiba, morreu em acidente aéreo. Quem se achava perdido foi sagrado Campeão. Para achar perdido nem sempre é preciso esquadrão de busca e salvamento.
Há uns 15 anos estranhava a facilidade com que crianças e adolescentes abandonavam ao ainda ter luta.
Hoje batalham até o fim pela possibilidade de lance ilegal, descuido fatal, estouro do tempo, tocar o celular do oponente (que acarreta derrota), falsa aparência de estar perdido ou até lamentavelmente a morte do adversário.
Assim, com peças a menos e tendo poucos segundos para esgotar o tempo ainda ocorrem vitórias.
No futebol com dois gols de desvantagem é quase impossível reverter o placar em poucos minutos.
No Campeonato Paranaense de Relâmpago, 2017, em partida ganha ao coroar Dama, na falta dela na redondeza, em vez de apertar o botão do relógio digital, para paralisá-lo e buscar a distinta, o acionei. Perdi!
O PESO DA ALTURA E A BAIXARIA DO PESO
Com natureza lúdica respeito e admiro todos os esportes. Dos coletivos, depois do “football association”, aprecio bastante o basquetebol, o futebol americano e o hóquei no gelo, porém nunca me aventurei nos três últimos. Asmático, 1,75 m de altura seria injusto competir com gigantes nas quadras e entrar em fria.
Hoje com 1,71 m devido à calvície, digo, velhice, isto não me impede de enfrentar no tabuleiro Golias pulmões de mergulhadores, de todas as idades.
Ter diversas categorias por alturas nos esportes em que ela é crítica, além de justo, possibilitaria bem maior participação neles. Haveria estresse para baixar altura e categoria como nos pesos onde há mortes neste afã?
No Xadrez, salvo para bater no relógio, não há desespero para “bater peso” e não subir de categoria.
E limites de peso seriam apenas para as cadeiras, pois o que pesa no Xadrez é o “rating”.
Antiga pesquisa apurou que era em partida de Xadrez onde mais se perdia peso num esporte.
É sensato priorizar ensino às crianças de esporte em que ela ficará alijada de competir devido falta de altura ou sobra de peso físico ou de idade? Contentam se em formar os que ‘praticarão’ nas arquibancadas ou pela mídia?
Quais esportes podem ser praticados por mais faixas de pesos e de alturas que o Xadrez?
BATE, BATE CORAÇÃO!
Numa antiga lista com medidas do batimento cardíaco de esportes o Xadrez perdeu só do Slalon Gigante. Estudo mais recente aponta a frequência no Relâmpago com a de atleta ao final de corrida.
REBITE NÃO É REPETIÇÃO DE BITE E REBOTE NÃO É BOTE DE RÉ
Quais substâncias auxiliam mais o enxadrista a enfrentar longo tempo diante das 64 casas? Nesta briga parece que a banana vence o chocolate. Rebite/ doping no Xadrez? Nem pensar! Provoca “efeito rebote”!
Em quais esportes é menor a tentação do atleta usar doping ou anabolizante que no Xadrez?
ZERO AO XADREZ
O ME destinou R$ 2,7 Milhões em 2018 a programas de combate ao doping. R$ 0,00 ao Xadrez, com razão.
FOR MENS & WOMENS
Incentivo os enxadristas a praticarem adicionalmente outros esportes para atender o “Mens sana in corpore sano”. E que ninguém adote o “Mens ‘mani menes’ in corpore sano” e nem o “Mais ‘cana’ in corpore sano”.
Esbelto não precisa se preocupar de ser ‘barrigudo/ balofo mental’? A beleza física é mais importante? E as malhações da mente? Os que praticam apenas esportes físicos exercitam a mente vendo novelas?
É preciso condições físicas pra enfrentar cerca de 5 horas em seguida no Xadrez Convencional ou torneios de Rápido. E às vezes mais de 10 horas por dia, somando o total das partidas.
No desenvolvimento mental o Xadrez ganha por muitas braçadas, pontos, voltas etc. de atividades afins.
CADÊ O MALEFICIÁRIO?
Acidentes, assaltos, assédios e violências no percurso de ida ou volta de competições, treinos ou aulas, são comuns a todos esportes. E todos desenvolvem o espírito de competição.
Daí ser indispensável discernir bem os benefícios e os malefícios inerentes a cada um.
No espírito do “não há doenças, há doentes” inexiste benefícios e malefícios, há beneficiados/ beneficiários e maleficiados/ ’maleficiários’? Pois “cada um é cada um” e reage diferentemente a estímulos.
Não há ‘maleficiário’ nos dicionários? Mesmo sem reconhecimento linguístico há muitos por aí.
EXIBIDO!
Abundam academias com exposição pública, como em vitrine, de malhadores. No Xadrez há poucas chances, espaços e procura para exibicionismo. Será por isto que os destinadores de verbas não veem tanto o Xadrez?
RATINGATOS?
O assunto é quase sobre gatos x ratos, por ser cobras e feras contra marrecos, patos e capivaras.
O “rating” é um ótimo padrão de comparação, por indicar o desempenho dum participante numa competição e sua evolução em relação a si e aos outros jogadores. E sua expectativa de atuação futura.
Assim é valioso recurso motivacional, pois estimula o enxadrista em cada competição a ir além do seu “rating”. O que leva a não afrouxar nas últimas rodadas, mesmo tendo assegurada boa colocação.
Fato comum em outros esportes onde sem almejar mais nada jogam em ritmo de férias, “tiram o pé”, colocam reservas, afetando injustamente a colocação doutros participantes.
“Hoje melhor que ontem, amanhã melhor que hoje.” é um ditado que deveria ser sempre seguido.
O “rating” de Xadrez da “Fédération Internationale des Échecs”/ FIDE me parece mais justo que doutros esportes, por representar melhor a força de seu possuidor. E ter milhões de jogadores com ele, apurados geralmente em mais de 100 partidas oficiais/ ano.
Ao contrário dos esportes onde o “rating” é calculado sobre raros dados, poucos participantes, algumas partidas, com agravante de computar amistosos. Como acontece no ranking da FIFA.
No sistema “mata-mata” vários fazem apenas uma ou poucas partidas no torneio e mesmo anualmente.
No Xadrez alguns eventos estabelecem divisões conforme o “rating”, pra distribuir forças desiguais, mas é comum todos competirem juntos no mesmo torneio, com separação apenas para a premiação.
A resposta a esse título seria o neologismo ‘ratingueados’, em analogia a ranqueados. Ou ‘ratingados’?
SEM SORTE
Dizem que no Xadrez não há sorte, mas enxadrista tem que ter, ainda que nele pouco influencie. Esportes com alta incidência de pontos têm reduzida a probabilidade de sorte, mas mesmo assim maior que no Xadrez.
EM VEZ DO “MATA O VÉIO”, “RESPEITE A VAGA DE IDOSO”!
Há várias artes e ciências, mas poucas lutas e provas olímpicas e jogos não olímpicos mais antigos que o Xadrez, com experiência comprovada. E uns esportes ainda engatinham e mamam em indevidas tetas.
Mais uma razão para considerar o critério de idade e respeitarem o Xadrez.
… ENTA, ENTA, ENTA, QUEM VEM DEPOIS DO PRIMEIRO ENTA NÃO AGUENTA? E SE APOSENTA?
No Xadrez há categorias por idade sub-8, sub-10, sub-12, sub-14, sub-16, sub-18, sub-20, sênior (>50 anos), veterano (>65 anos) e superveterano (>70 anos). E sem ser explicitado a “sub-100”, com exemplos espetaculares, como o do Sr. Lourenço João Cordioli, que com mais de 90 anos participava ativamente em torneios.
As Leis de incentivo aos esportes começam somente aos 14 anos de idade.
A expressão “8 ou 80” é insuficiente como limites de idade no Xadrez, por ser possível praticar nele o aprendido desde menos de cinco anos até após 90 anos, superior à média de expectativa de vida nacional.
Ditado milenar critica dar somente o peixe com fins imediatistas, em vez de ensinar a pescar.
Praticarão o esporte apreendido por cerca de 30 anos? Qual o prazo de validade deles? Pelo jeito têm esportes vendendo muito bem seus peixes, pois o Xadrez é útil por mais que o dobro de seus tempos.
Quantos maiores de 40 anos competem em outros esportes? Quais possibilitam começar a praticar com essa idade? Muitos começam ou retornam a jogar Xadrez após aposentados.
Há ex-atletas, mas questiono se há ex-enxadristas apesar de dizermos “no tempo em que eu jogava”. Talvez jogássemos mais em qualidade e quantidade e se não jogamos hoje poderemos jogar amanhã!
Quais esportes podem ser praticados por mais faixas de idades?
“TEJE PRESO”
O enxadrista ao começar a jogar é condenado ao ‘Xadrez perpétuo’ tendo em vista que provavelmente o jogará pelo resto da vida. Porém enquanto o xadrez da cela encarcera o físico e segrega a mente o Xadrez das 64 casas liberta e expande a mente.
Às vezes por diferentes motivos entramos em “liberdade condicional”, monitorados por ‘cerebreira’ eletrônica, mas diante dum deslize perdemos esta condição e voltamos ao Xadrez. Me ‘descuidei’ e isto aconteceu comigo.
PROMOÇÃO DE CARREGADORES E…
Às vezes um caddie no Golfe ou catador de bolas no Tênis, de origens humildes, se destacam nesses esportes com a ajuda dos ‘patrões’ que acreditaram no potencial aflorado em intervalos de treinos e jogos.
No Xadrez, sem gandula de peças, é mais comum deficiente financeiro se revelar nele e ser promovido social e financeiramente se tiver bom pontapé inicial, ainda que lhe falte mecenas ou “paitrocínio”.
ONDE NÃO JOGAR XADREZ
O Xadrez é jogado em palácios, casebres, resorts, favelas, escolas, quartéis, hotéis, hospitais (inclusive UTI’s), asilos, iglus, cabanas, clubes, igrejas, bares, boates, ringues, campos, canchas, estádios, montanhas, vales, praias, lagos, mares, desertos, florestas, cavernas, ruas, calçadas, jardins, piscinas, quartos, salas, cozinhas, carros, ônibus, aviões, trens, navios, barcos, lanchas, submarinos, estações orbitais, celular e até no xadrez.
Entre as rodadas de torneios escolares muitos treinam no chão ou nas escadas dos locais da competição.
Nas escolas praticam Xadrez em ginásios, salas, mesas, cadeiras; instalações destinadas a outros fins.
Em quadra esportiva podem jogar 12 pessoas no Voleibol, 10 no Futebol de Salão, no Handebol e no Basquetebol e mais de 700 no Xadrez, que pode ser jogado em ginásios/ arenas, mas não depende deles.
Em sala de aula, onde é impossível jogarem estes esportes coletivos, cabem mais de 30 jogando Xadrez.
Pela Internet é possível acompanhar partidas ao vivo, estudar jogadas e jogar todos os dias, todo minuto com adversários humanos espalhados pelo mundo ou contra “máquinas”. Existem excelentes blogs/ sites onde gratuitamente ou a custos módicos o enxadrista pode ter aulas e desenvolver o Xadrez.
O Xadrez pode ser jogado sentado, ajoelhado, deitado e em pé, parado ou andando, vendo ou “às cegas” e de diferentes formas. Porém não se deve jogar Xadrez andando na rua ou dirigindo veículo, dado o risco brutal de perda de peças essenciais próprias e/ ou doutros e de mate em um ou em poucos dias.
SEM LUZES DA RIBALTA, “VOU PRA PORTO ALEGRE, TCHAU!”
Na década de 70 estávamos indo de ônibus a Porto Alegre, onde representaríamos o Clube de Xadrez de Curitiba/ CXC em Match a quatro tabuleiros, contra o Metrópole Xadrez Clube/ MXC.
Ao apagarem as luzes internas do veículo, começamos a jogar partida de Xadrez “às cegas”, em duplas.
O Vitório Chemin do meu lado, perto do corredor, jogou em parceria com o Dr. Mauro de Athayde, do lado da janela no banco da frente contra o Jaime Sunye Neto, ao seu lado no corredor, comigo na diagonal.
Nem as disputas de palitinho, par ou impar e cara e coroa, proporcionam isto! E sem espectadores!
Quantos esportes possibilitam jogar “às cegas”?
JOGANDO CONTRA A PAREDE
Na época ganhei uma partida à cega que denominaram de “Muro de Lamentação”, por ter ficado voltado a uma parede do CXC, jogando de costas ao tabuleiro contra forte adversário, auxiliado por palpiteiros.
Na Faculdade em simultânea à cega, contra 4 tabuleiros, ganhei todas. Nadinha perto do recorde mundial de quem “às cegas” jogou contra 48, ganhou 35, empatou 7 e perdeu 6.
O recorde mundial de simultâneas ‘vendo’ é contra 604 jogadores, 580 vitórias, 16 empates e 8 derrotas.
Em quais jogos de tabuleiro bancam simultâneas contra 25 ou mais jogadores? E “às cegas”?
NO TABULEIRO DA BACANA E DA BANANA
Além de tabuleiros, peças, mesas e cadeiras comuns, o Xadrez pode ser jogado em “tabuleirinhos” de bolso e em “tabuleirões” ao ar livre, com peças gigantes ou ‘vivas’. Mesmo dependendo de relógios digitais os equipamentos do Xadrez são mais baratos que a expressiva maioria doutros esportes.
Uns se viram com tabuleiros desenhados a mão num papel ou no chão e com peças de tampinhas de garrafa ou outro material descartado. Alguns com duas garrafinhas bojudas de refrigerantes de 250 ml, unidas pelas bocas, com gargalos estreitados e com areia dentro, simulam ampulhetas, emulando relógio diferencial.
Curiosa partida aconteceu no campus duma universidade onde dois grupos disputaram partida entre si usando como casas dos tabuleiros as janelas de dois prédios de alojamentos, um defronte o outro.
Cada equipe era dum prédio e tinha seu tabuleiro completo e o outro replicava a posição do anterior.
Estudantes fantasiados de peças se deslocavam comunicando assim ao prédio adversário o seu lance.
Para fugir do plano dá para imaginar tabuleiro esférico ou cilíndrico. Há os que realmente representam estes formatos e servem para jogarem neles com as devidas adaptações nas regras.
A CULPA É ‘DÊ DÁ DÓ’
Há esporte em que não raro o vencedor é o que tem o melhor iate, lancha, veleiro, cavalo, carro, equipamento, escuderia, equipe. Ou contou com melhores ondas e ventos ou os piores gramados e o fator “jogar em casa”.
Ninguém ganha no Xadrez por ter tabuleiro de jade com peças de ouro ou jogar em ambiente caseiro.
Como dizem que tudo tem exceção, é possível ter esta bela ‘desculpa’ ao perder. Narro a que vivenciei.
Instituição de ensino, com pré-primário a mestrado, promoveu torneio de Xadrez interno das faculdades.
As partidas foram na sala dos mais ‘miúdinhos’, com mesinhas, cadeirinhas, ‘tabuleirinhos’ e pecinhas.
A escolha do local, aparentemente ‘neutrinho’, entre inúmeros outros disponíveis, foi feita por quem coordenou, arbitrou e jogou o torneio, o ‘instrutorzão’ de Xadrez das criancinhas, acostumado com o lugar.
No emparceiramento “Schuring” dos oito jogadores, sem sorteio, partidas de 15’ por jogador, ele enfrentou de brancas na última rodada o favorito, o único professor, bem mais de idade que os alunos. Que depois de 3 horas agachado já não aguentava mais. Não deu outra! Aliás, outro! Zebra no seu habitat às vezes canta de galo.
Treinadores experientes recomendam tabuleiros e peças oficiais normais para as crianças, para que elas cresçam em torno do tabuleiro, se acostumando com as condições do resto da vida.
Interessante ver os prodiginhos jogando ajoelhados nas cadeiras ou de pé. Depois “deitam e rolam”.
Robert Fischer levou sua poltrona para a decisão do Mundial de Xadrez de 1972, no qual foi campeão.
Alguns acusaram que dela sairiam radiações que atrapalhariam o adversário, o que não se comprovou.
Coisas baixas como fazer catimba, dar rasteira, puxar tapete e tirar assento ou escada derrubam.
Escolher bem as condições e ter cuidado com as que o outro lado escolheu é estratégico!
AO GOSTO DO FREGUÊS
O Xadrez apresenta diversas modalidades com ritmos diferentes, adaptáveis às possibilidades de tempo e aos gostos de “clientes” e organizadores das competições. As partidas nas modalidades mais usuais geralmente duram cerca de cinco horas no ritmo Clássico/ Convencional (recorde em 1989 de 20 horas e 15 minutos, com empate entre dois mestres iugoslavos), 40 minutos nas de Rápido, 10 minutos nas de Relâmpago/ Blitz e dois minutos nas de “Bullets”, a princípio metade para cada jogador.
As por Correspondência/ Epistolar/ Postal hoje eminentemente pela internet duram meses e antes pelo correio mais de um ano. Com o recorde de 53 anos entre dois sul-africanos, encerrada quando um morreu.
Com relógios digitais é comum constar no regulamento o acréscimo de tempo por lance jogado nas partidas. O que evita bastante a chance de enrolação, a clássica ‘cera’ de outros esportes.
No Xadrez o jogador monitora seu tempo, sem mesa auxiliar de arbitragem controlando.
Joga-se um contra um, em dupla ou com consulta e em simultâneas
Partida que levou horas é reproduzida em minutos e lance que durou minutos é analisado por horas.
Várias partidas de Xadrez continuam sendo analisadas muito tempo após serem jogadas. De várias décadas para cá com o potente auxílio de “engines”, que esporadicamente divergem nos seus “parpites”.
Variedades interessantes são os torneios temáticos, com determinação prévia da abertura ou defesa a ser empregada e o Xadrez Aleatório/ de Fischer/ 960, com sorteio da posição inicial das peças.
ALÔ MARTE, O XADREZ ESTÁ CHEGANDO, SEM SENSAÇÃO DE GRAVIDADE!
A primeira manifestação de esporte na Lua, talvez única, foi uma tacada de golfe. Mas se há quem questione que o ser humano chegou lá, ninguém duvida não ter havido a segunda tacada na mesma bola.
Ocorreram partidas de Xadrez entre astronautas/ cosmonautas desde o espaço com suas bases.
E O VENTO NÃO LEVOU…
O Xadrez pode ser jogado com chuva, seca, neve, granizo, calor e no frio, até mesmo sem lareira.
Nas altitudes, com a densidade do ar menor, peças de Xadrez não correm mais. Nem são afetadas com vento a favor, contra ou a falta dele, donde não precisa medir sua velocidade para validar marcas.
JAMAIS CÁ ABAIXO DE ZERO
Com dimensões continentais e mais de 200 milhões de habitantes, quantos praticam Esportes de Gelo e Esportes de Neve no Brasil? Onde diariamente há mais gelo em formato de barras, cubinhos, picolés e sorvetes que o acumulado em todo o território nacional o ano inteiro em neves, rios e lagos congelados?
Quais vantagens competitivas têm quem representa nosso país numa das várias provas destes espetaculares esportes ao concorrer com quem ‘nasce’ com esqui e patins nos pés? Entre quantas pessoas é selecionado?
São maiores que as do Xadrez as verbas deles? Aplicadas quase tudo no exterior para arcar com transportes, estadias, apetrechos, estações de esquis, treinos e competições em poucos meses. Com vergonhosas colocações. E as divisas vão! Em vão? Com a justificativa que “o importante é competir”?
Em estações de inverno “brazucas” praticam o nominado por eles de “Skybunda”. É de imaginar porque os brasileiros criativos como são ainda não inventaram no sul e sudeste do Brasil os Esportes de Geada.
Enquanto entre outras possibilidades peculiares interessantes nossos irmãos do nordeste criariam os Esportes de Jangada, os de Capoeira e os de Pau de Sebo. Os fraternais nortistas desenvolveriam os Esportes de Pororoca, os de Selva e os de Tiro ao Alvo com Zarabatana e Arco e Flechas Artesanais.
Os patrícios do centro-oeste além de compartilharem estes últimos Esportes teriam os de Pantanal. E para “pegarem uma onda” enfrentariam o dilema entre rumarem ao Atlântico ou ao Pacífico, mais perto de algumas de suas cidades. E talvez no caminho tentarem treinar Esportes de Gelo, Neve e Escalada.
Esportes elitistas, poucos conhecidos e praticados, obtêm mais verbas que os populares? É justo? Seus praticantes tem maior poder político? Saúde e cidadania são mais desenvolvidas no exterior, com frio ou exotismo?
Num país “gigante pela própria natureza”, com vários climas, topografias, culturas, condições etc. os gestores têm que ter mente compatível com essa enormidade e priorizar esportes que atendam melhor esse amplo leque.
SÓ CRIAM PROBLEMAS!
Enxadristas criam e/ ou resolvem problemas enxadrísticos, em vez de aprontarem confusões, briga entre torcidas e/ ou jogadores, vandalismos (depredações, roubos e furtos) nos ambientes esportivos e arredores, com enormes danos físicos, mentais/ cerebrais, sociais e patrimoniais. E morais!
No Xadrez o “problemismo” (composição e “solucionismo”), tem torneios nacionais e internacionais.
VANTAGENS “VINTAGES”
Em partidas amistosas às vezes um lado oferece vantagens de tempo ou peça(s), o que ocorria mais num passado. Há anos o CXC promovia torneios de Blitz com handicap de tempo conforme o “rating” dos jogadores.
CAMPEÃO APÓS DUAS SUSPENSÕES
Na época das suspensões de partidas, após determinada quantidade de tempo e lances, me sagrei invicto Campeão Paranaense Universitário Individual de Xadrez (1967), em partida que durou mais de 11 horas, dividida em três sessões: duas de quatro horas e a terceira e última o restante.
NO LIMITE!
Na década de 90, num Campeonato Brasileiro por Equipe, no sistema Reykjavik, com três controles de tempo, com nocaute final ao primeiro jogador totalizar 3,5h (210’), ganhei partida no tempo de ex-campeão nacional de Cadetes, quando me restavam alguns segundos. Quase 7 horas em seguida, sem suspensão!
TESTEMUNHEI SEM JURAR
Testemunhei confrontos no tabuleiro de Xadrez entre milionário x pobre, empregado x patrão, diretor x funcionário, soldado x general, gênio x não tanto, delegado x bicheiro, clérigo x ateu, comerciante x cliente, desembargador x advogado, magrinho x gordão, baixinho x ‘altão’, político x apolítico, diplomado x estudante, professor x aluno, cadeirante x fundista, cego x vidente, árabe x judeu, profissional x amador, médico x paciente, pai x filho, idoso x criança, mulher x homem, direitista x esquerdista, fanático x moderado, agitado x calmo, ‘modesto’ x ‘freguês’ e GM X GM2 (Grande Mestre x Grandessíssimo Marreco).
Já joguei com representantes de todas essas classes e em partida de Relâmpago perdi dum tetraplégico que ditava o lance para auxiliar executar e acionar o relógio.
NEGÓCIO DA CHINA, ALÉM DA MURALHA
Impressiona a evolução do Xadrez na China junto à do país. Não é coincidência o Xadrez ser mais praticado em países desenvolvidos ou em franco desenvolvimento, exceto no Japão onde o Go faz este papel.
BOM PRÁ CACHORRO!
Quais Federações Internacionais de Esportes têm mais filiadas que a de Xadrez/ FIDE com 185? Que conta com a participação de federações internacionais de Pessoas com Necessidades Especiais: Deficientes Visuais (IBCA), Deficientes Físicos (IPCA) e Deficientes Auditivos (ICCD).
Na Olimpíada de Tromso, 2014, no Absoluto a Equipe da IBCA ficou na 78ª colocação e a Equipe da IPCA ficou na 107ª posição, dentre 150 países. E nas Olimpíadas de Baku, 2016, no Absoluto a IPCA ficou na 74ª colocação e a IBCA em 88º lugar entre 181 equipes. No Feminino participaram 142 equipes.
Na Olimpíada de Xadrez de 2004, em Calviá, Mallorca/ ES, a sensação, protagonista por um aspecto, foi quem acompanhou impassivelmente seu dono enquanto ele jogava, por cerca de cinco horas cada partida, um Labrador Guia de Cego, que conseguiu a proeza de ser mais paciente que muitos enxadristas.
EUQUIPE
Por suas características o Xadrez em Equipe parece ser outro jogo. Visto o enxadrista ao representar um clube, instituição, comunidade, cidade, estado ou país, ter geralmente maior estímulo e apoio, mas também cobrança. A responsabilidade aumentada gera efeitos positivos nuns e contraproducentes noutros.
Mesmo sem passagem de peça ao companheiro, salvo na modalidade “australiana”, a interação e ajuda mútua transcorre em maior intensidade, dado o ‘clima’ dos jogos nos quais alguns chegam a supor ter telepatia.
Conforme os resultados da equipe o enxadrista pode perder e ser vitorioso ou ganhar e sair derrotado.
O ‘QUADRADO’ DAS BERMUDAS
O Xadrez dispensa especiais vestes, calçados, meias, luvas, máscaras, capacetes; vestiários e roupeiros.
O uso de uniformes, ao representar instituição ou patrocinadores, atém-se à camiseta e às vezes agasalho.
Nunca presenciei trocas de camisetas ao final de partida. Economia? Seriam várias por torneio.
Na Copa do Mundo de Xadrez 2017, após um GM ter jogado três rodadas com bermuda, um ‘quadrado’ quis encarecer a vestimenta dele ao implicar e forçar ela ser calça, uns centímetros a mais de tecido!
Raramente, conforme a cultura e/ ou religião dos organizadores, pode ser exigido complementos ao vestuário.
Ainda assim muito mais barata que as que cobrem da cabeça aos pés, com tecidos à prova de fogo, calor, frio, água, gases, insetos, cobras, urtigas, espinhos ou de materiais corrosivos/ abrasivos/ tóxicos/ cortantes.
Oportuna invenção seria o manto à prova de derrota e empate. O só antiderrota mais curto e menos largo.
Em Belém/PA (1973) e Vitória/ES (74), com a equipe do Paraná, fui Bicampeão Universitário Brasileiro de Xadrez jogando de calção, para um morador de Curitiba enfrentar o calor destas cidades, ainda que em julho.
Ao começar a jogar Xadrez no CXC tive alguma dificuldade com o reflexo da luz nas mesas envernizadas.
Oftalmologista prescreveu óculos escuro, quase sem grau, único apetrecho especial que usei no Xadrez. Salvo garrafinhas com água ou refrigerante diet, para molhar a boca ao longo das partidas, dado o diabetes.
DÓI! MAS NÃO MACHUCA?
A tristeza ao perder ou o concorrente na tábua de classificação ganhar é comum nos esportes. Mas em muitos há lesões oriundas de acidentes em treinos e competições que mesmo na vitória redundam em graves danos físicos, mentais/ cerebrais, deficiências físicas, visuais ou auditivas; paraplegia, tetraplegia, coma, morte.
Causando despesas com remédios, médicos, enfermeiros, massagistas, hospitais, asilos, internações, exames, aposentadorias antecipadas por incapacitação, velórios, sepultamentos ou cremações.
No Xadrez é raro esses riscos, sendo o pior machucado físico levar mui raro pontapé por baixo da mesa.
Além de ser possível jogar com membros superiores e inferiores enfaixados, engessados ou até sem eles.
SINFONIA DE URRO, CORRIJO, ERRO
Por ser jogado por seres imperfeitos, o Xadrez é um amontoado de erros, onde segundo Tartakower: “Ganha quem comete o penúltimo erro”. O antepenúltimo erro seria não saber qual será o último? Ainda que em muitas posições seja humanamente impossível saber qual o melhor lance.
O enxadrista, sem urrar, tem que ficar chateado com seus erros e derrotas, mas evitar a avassaladora tendência que eles provoquem outros, dado o alerta bíblico: “Um abismo chama outro abismo”. Música popular ensina: “reconhece a queda e não desanima, levanta sacode a poeira e dá a volta por cima”.
Há empresas que premiam “erros honestos” feitos ao buscar acertar, inovar, criar, mas castigam sua repetição.
Temos que corrigir os erros! Terminada a partida é costume os oponentes examinarem os principais lances e posições, reconhecendo erros para evitá-los no futuro. O que ajuda até psicologicamente que erro ou derrota afetem lances e partidas seguintes. Depois, com calma, analisar os demais e renovar as esperanças aos embates vindouros, apreendidos novos conceitos e jogadas.
“As falhas te mantém humilde.” (Tenista Arthur Ashe), daí sem poder mudar o passado construir o futuro.
Peço licença para citar ‘filosofia’, grafitada em sanitários masculinos, que observa: “Por mais que sacuda, o último pingo é sempre na cueca”, que serve de alerta que apesar dos cuidados e das revisões escapa(m) erro(s).
TENTANDO CORTAR O MALEFÍCIO PELA RAIZ
O Xadrez com seu magnífico RCB, dada à profusão de benefícios e insignificantes malefícios, desconforta os sem condições de competir, incompetentes, maus gestores e os que priorizam corrupções.
Então buscam malandramente, como último recurso, cortar pela raiz o que julgam ser terrível malefício, ao tentarem desqualificar o Xadrez como esporte.
Nisto contaram com o bom humor do Millôr Fernandes zoando que “se Xadrez for Esporte São Jorge é Jóquei”. Mas o Xadrez, sem ser santo e sem estar montado em alguém, enfrenta tranquilamente esse dragão.
É também deste fabuloso humorista a afirmação de que “Xadrez é um jogo chinês que aumenta a capacidade de jogar xadrez” que, exceto a imprecisão quanto ao seu nascedouro, é verdade incontestável.
Ainda bem! Imaginem se não fosse assim? É incentivo para jogar o que for possível. O que realça a necessidade de recursos ao Xadrez para organizar e participar de torneios, treinamentos e oficinas/ cursos.
Será que de maneira consciente ou inconsciente, ingênua ou maliciosa, acharem que Xadrez não é esporte contribui para dedicarem tão poucas verbas a ele?
A máxima “millôrista” não é tão máxima por ser válido acrescentar que estudar, pesquisar, observar, treinar, reproduzir partidas de Xadrez e pensar sobre elas também aumenta a capacidade de jogá-lo.
A frase vê apenas ganhos intratabuleiro e é honesto admitir que os benefícios extrapolam bastante o que se vê, se ouve e se toca. E se ‘cheira’, com o faro da intuição!
Os ganhos no Xadrez vão muito além do jogar. E transcendem o instante, perdurando além da vida. Como partidas de Morphy, Capablanca, Alekine, Tal, Fischer etc. com ensinos e belezas imortais confirmam!
Opino que a frase vale para quase tudo, independente da sua origem.
A prática talvez ajude um pouco na disputa dos Jogos de Amarelinha e do Bafo e muito na Bolinha de Gude.
Pensar se aprende pensando e pensar aumenta a capacidade de pensar!
Morrendo fisicamente não aprendemos a morrer. Desenvolvemos o viver vivendo! Vivamos!!!
Estimulo aproveitarmos numa área o aprendido em outra. Parábolas e metáforas também ensinam muito.
Descobriram que a perda do humor é o primeiro sintoma do Alzheimer. Pratiquemos o humor, ele aumenta…
Daí, apelo até à forma de humor que ainda criança li ser a mais simples e ‘pobre’: o trocadilho. Então o
Millôr “é o melhor e não faz mal”, mas quem não tem o Millôr caça com o melhor, disponível no momento.
MIX É MUITO MIX
O que pretendiam ganhar os que não queriam o Xadrez ser esporte? Questão superada até por ser considerado esporte olímpico! Mas para distinguir Xadrez de Esporte criariam o Ministério do Esporte e do Xadrez? Ou por não conseguirem conviver com o Xadrez, surgiria o Ministério Integral do Xadrez, o MIX?
Se Xadrez não fosse esporte seria significativa perda ao esporte. Ao Xadrez ‘restaria’ ser um mix enorme de atividades, dada a secular constatação que ele é “Jogo, Arte e Ciência”. Quem dá mais?
Uns adquirem 3 em 1 e se contentam com mísero 1, mas para complicar o Xadrez envolve mais áreas.
Entender o Xadrez só do ponto artístico perde a dimensão da ciência, do jogo etc. e vice-versa(s).
“Quem não tem o Espírito não aceita as coisas que vêm do Espírito de Deus, pois lhe são loucura; e não é capaz de entendê-las, porque elas são discernidas espiritualmente.” (1Coríntios 2.14; NVI).
Por extensão, entendo que as coisas artísticas são discernidas artisticamente, as científicas cientificamente, as lúdicas ludicamente, as criativas criativamente, as lógicas logicamente, as dialéticas dialeticamente, as culturais culturamente, as educativas educativamente, as estratégicas estrategicamente, as táticas taticamente, as técnicas tecnicamente e as humorísticas humoristicamente.
Mentes mentem menos que somente uma mente? Análise por poucos ângulos é incompleta!
Então para compreender o Xadrez em toda sua amplitude é preciso considerar todos os aspectos. Pois a unidade na pluralidade no Xadrez é dos enxadristas e das funções envolvidas, com sinergia.
O Xadrez pode ter distração e passatempo e por outro lado foco no objetivo e otimização do uso do tempo.
ENFASTIADOS FATIAM
Fatiar os múltiplos aspectos do Xadrez intencionaria espalhar e enfraquecer, recurso bem conhecido do “dividir para governar”. Se porventura, absurdamente tentassem tirar do Xadrez o aspecto arte e o colocar no Ministério da Cultura, o da ciência no respectivo e assim por diante, por coerência teriam que espalhar nos Ministérios correspondentes a Saúde, a Previdência e a Segurança bem presentes em muitos Esportes.
XADREZ, ALÉM DOS “HABLANTES”, VAI DE “A” A “Z”!
A gama de áreas abrangidas pelo Xadrez é tão ampla que curiosamente o castelhano expressa isto sem querer com a palavra “Ajedrez”, que vai de “A” a “Z”. Em português começa direto no X da questão.
SAIA DA SAIA!
Gestão pública competente, idônea, cidadã, patriota, profissional, investe no que apresenta maior e duradoura RCB em relação aos outros. É de suspeitar da falta destas condições de quem age diferente disto.
Atendimentos aos pleitos de adultos, como devem ser os do esporte, não devem ser na base infantil, imatura, da “mãezinha querida” movida a choro, grudado à saia materna, que estipula prioridades movidas pelos conceitos do “quem não chora não mama” e do seu contraditório “quem pode mais chora menos”.
Destituídos de inocência dirão “Não sabe nada o inocente”, aos inocentes que sabem! Sabemos também que gestores públicos sem méritos nos cargos tendem a destinar verbas aos com menos méritos.
Pensam no que dá mais voto, desconsiderando a RCB?
XADREZ OU xADREZ?
É prudente começar e continuar no Xadrez para não terminar no xadrez, como figurões doutros esportes.
Nestes casos a questão maiúscula é: Xadrez neles ou eles no xadrez?
MERDALHAS E TROFEZES
Laureado esgrimista se referia aos objetos das premiações como “trofezes e merdalhas”, talvez por serem comuns eles não corresponderem à importância do evento e aos esforços para obtê-los.
Comentei num grupo que taças e uma mala cheia com medalhas obtidas enquanto solteiro, em várias competições em equipe ou individuais, foram roubada da casa da minha mãe, abandonada após sua morte.
O Eurico Borges dos Reis, que apelidou o Araquirídio, companheiro na conquista do Bicampeonato Brasileiro Universitário de Xadrez/JUBs, junto com o Vitório Chemin e o Justo Reinaldo Chemin, e de dois campeonatos dos quatros invictos que obtive por Curitiba nos Jogos Abertos do Paraná/JAPs, com outros colegas, falou algo como: “As que conquistamos juntas estão lá em casa e são nossas, quando você quiser”.
Demonstração de espírito de equipe que revela em parte porque fomos tão premiados nestas competições.
Os benefícios para a Nação são medalhas e troféus? Onde está a tão cobiçada Taça Jules Rimet?
A medalha de ouro que o Jaime Sunye Neto conquistou, na Olimpíada de Xadrez em Manila/ 1992, foi roubada por rueiros. Troféus obtidos por nós nos JUBs desapareceram ao mudar a sede da FPDU.
A frase “Sic transit gloria mundi” pode ser entendida como “as coisas mundanas são passageiras”.
As glórias são efêmeras, como os antigos gregos ensinavam, com premiações em folhas do louro.
O Apóstolo Paulo considerava o que era inútil à sua missão como esterco (Fp 3.8).
Tem que valorizar os benefícios prá valer, que ficam, pois medalhas e troféus vão embora.
Para avaliar os méritos de um esporte é preciso sem comodismo, incompetência e politicagem transcender o material obtido e se ater mais aos benefícios, descontados os malefícios. Para não valorizar vitórias de Pirro.
Medalhas são motivações infantis e neste entendimento há competições para crianças que premiam todos ou quase todos participantes, para orgulho deles, dos pais, avós etc.. Os maduros precisam inculcar que o material é apenas um dos indicadores de seu progresso, o que ressalta a importância do “rating”.
O cão rabugento Muttley, do desenho animado, é muito divertido na sua ânsia por “medalhas, medalhas, medalhas”, com risadinhas de lado, mão na boca, para disfarçar o desdém e gozação. Mas na vida real, adulta, profissional, esta postura é ridícula, um desenho desanimado e desanimador.
O CERTO FICA DATADO
Premiações com medalhas ou certificados me serviam mais para registrar o ano de sua conquista.
LEI PÍFIA
É democrático uns priorizarem determinado aspecto, enquanto outros optam por diferentes. Mas ao aplicar recursos duma nação é essencial utilizar critérios legais, racionais, inteligentes para o bem do todo.
O critério materialista e imediatista de desconsiderar a RCB, valorizando apenas medalhas e colocações obtidas para definir verbas aos esportes é cômodo, fácil, voltado ao passado e aos mesmos.
São mais de 30 esportes contemplados na Lei Piva para as Olimpíadas de 2020 por estes parâmetros.
Para efeito de destinar verbas é comparável medalha de ouro olímpica do futebol com a de esporte individual pouco praticado? Entendem ser uma só medalha ou 11 dos titulares mais as dos reservas?
E se medalhas e colocações, forem cassadas ou ganhas anos após, com resultados de exames antidopings?
OLIM PIADAS
Para o Brasil nas Olimpíadas, tirando a Olim e o acento, restam piadas aos pífios desempenhos, incompatíveis com o porte de potência mundial do país e os exuberantes talentos dos brasileiros.
Se conformar com pouco e lamber os beiços é incoerente com o espírito esportivo de altas conquistas.
É preciso espírito de superação, ir além da mediocridade, fazer além do dever. O Brasil espera…
Planejam apenas as Olimpíadas de 2020? Se focarem nas de 2040 projetarão os próximos 22 anos, tempo máximo como atletas da absoluta maioria, exceto os do Xadrez que vão “al di lá”.
A Olimpíada de Xadrez é bienal. Já proveram verbas para a próxima e as subsequentes?
Nos órgãos que tratam de Esporte é preciso desenvolver a visão em longo prazo e visar mais que meros um ou dois lances à frente e escolher os melhores, mais promissores. Quantos enxadristas têm neles?
É óbvio ser indispensável a prestação de contas dos esportes e de todos os órgãos responsáveis.
Autênticos esportistas já contemplados com verbas nas Olimpíadas Rio/16, ainda que insuficientes, compreenderão com fair play que é a vez de priorizarem os quase não atendidos, entre eles o Xadrez.
QUEREM CONFUNDIR LOGRADOS E LARGADOS COM LEGADOS ALEGADOS
Quais os custos dos pretensos legados olímpicos e ‘cópicos’? Houve “lucro social”? O todo pagou pelos privilégios de alguns? É preciso apurar superfaturamentos e a promessa politiqueira de fabulosos legados.
Há mais possibilidades de desviar recursos na construção de “elefantes brancos” ou ‘investimentos’ análogos.
Houve graves interferências externas na soberania nacional, ditando quem, onde e o que vender perto dos locais de competições até impedindo acessos e afastando quem tradicionalmente comercializava ali.
Os legados do Xadrez aos enxadristas perduram durante suas vidas e além no seu entorno.
MINISTÉRIO DOS ESPECTADORES
‘Já era a era’ das arenas para iludir o povo com imediatistas, superficiais e fugazes benefícios tipo “pão e circo”.
Esportistas no Coliseu eram os gladiadores, os leões ou os mártires? À barbárie, polegar pra baixo!
Os espetáculos focavam nos espectadores, entre eles o César, beneficiários das matanças.
Para órgãos de Esportes quem são os maiores beneficiários? Os esportistas? Os espectadores? Os que ganham indiretamente vendendo algo? Ou os que nas arquibancadas, bares e poltronas se distraem, comem, chupam dolé, bebem, torcem, discutem, brigam e estouram fogos?
Daí os espectadores são favorecidos com a alegação que seus malefícios são menores que dos esportistas?
O Xadrez também tem o lado espetáculo, mas ele não prevalece diante de tantos outros.
È hora de lavar a jato o esporte brasileiro e atletas e ex-atletas assumirem o Ministério do Esporte.
Vários Esportes não deveriam pedir apoio público, mas patrocínios privados, interessados em quem privilegia amor a risco, violência, brutalidade, excitação, emoção, efeito plástico, fantasia, aparência, velocidade, suspense, terror, morbidez, modismo, o que “dá IBOPE”, atrativos para vender o que anunciam.
Do jeito que estão as coisas não seria coerente e justo mudar o nome para Ministério dos Espectadores?
MEIA VOLTA VOLVER!
Dos vários atletas de alto desempenho nas Forças Armadas Brasileira quantos são enxadristas?
Agora as Forças são apenas físicas, incluindo armamentos? Omitem o esporte que por excelência é estratégia?
Estratégia desde “strategos”, na origem da palavra, é a “arte dos generais”. E não adianta alegar para si próprio que isto é grego, porque para todos é. A arte daquela época pode ser hoje do soldado raso, do marujo, do estafeta, do brigadeiro, do almirante, da mais alta patente ao recruta aprendiz, mas continua do general!
Generais famosos o jogavam. O CXC teve ao menos dois sócios Generais de Exercito, que foram Comandantes de Região e ocuparam outros altos postos nas Forças Armadas. Um foi Campeão Paranaense Absoluto de Xadrez.
“Da mesma árvore de onde sai um ramo chamado Lógica de Aristóteles, sai outro chamado Estratégia do Xadrez.” (Emmanuel Lasker). Xadrez tem bastante tática que também é arte, apesar de seus cálculos serem finitos. E daí? Quais esportes contêm mais Estratégia e Tática que o Xadrez?
Nas premiações de Xadrez interessante estímulo ao patriotismo seria condecorado bater continência!
Meu professor de Desenho no ensino médio contava que ao servir no exército austro-húngaro todos eram obrigados a jogar Xadrez em determinados horários, com supervisão se realmente estavam jogando.
As Forças Armadas não carecem mais de enxadristas de alto desempenho? Precisam voltar 180º?
SEGURA PEÃO!
“Festa do Peão de Boiadeiro, com montagem de touro”, recebeu R$100 mil do Ministério do Esporte em 10/2017. Se a finalidade era o turismo deveriam deixar que o Ministério responsável o bancasse.
Quais os benefícios permanentes à nação? E os malefícios se o(s) touro(s) derrubar(em) o(s) peão(ões)? Os custos deste tipo de acidente podem superar mui (in)tranquilamente o valor da verba.
Com este montante daria para promover pelo menos três ‘torneiões’ internacionais de Xadrez ou vários menores. Não seria melhor fazer eventos Brasil a fora do Peão de Xadrez? Retrucarão que no Xadrez os Cavalos e outras peças podem atropelar o Peão, esquecendo que todos estarão inteiros nas próximas partidas.
Sociedades protetoras dos animais, tanto dos irracionais quanto dos racionais, aprovam os rodeios?
DIVERSAS DIVERSIDADES
Movimentos que lutam contra preconceitos, injustos privilégios e defendem condições isonômicas de culturas, etnias, sexos, idades, crenças, ideologias, formações, origens, residências, situações físicas, mentais, sociais e financeiras podem ter no Xadrez, que acolhe igualmente a todos, excepcional ícone para suas árduas batalhas.
Evito falar em raça por entender que o racismo começa ao tentarem dividir a Raça Humana.
Diferenças no Xadrez são muito mais entre quem joga e não, que entre quem joga super bem e hiper mal.
Quem não apoia o Xadrez é porque não sabe jogar ou joga mal ele? E daí sem o conhecer bem procura desqualificá-lo? Razão do Xadrez e os enxadristas sofrerem preconceitos, intitulados como nerds, intelectuais etc..
Para ter conceitos justos é preciso eliminar preconceitos e estar atento aos pós-conceitos, que mudam.
Quais esportes respeitam mais as diferenças que o Xadrez? Duvido que haja! No máximo empata(m)!
QUANTAS E QUANTAS VEZES?
Quantos dias por semana, mês ou ano o esporte pode ser praticado? Todos os dias? Só no inverno ou verão?
Têm esportes em que o atleta por restrições legais, médicas e/ ou pessoais só pode jogar poucas horas por semana. E há aqueles em que se disputa uma ou poucas partidas e perdeu é eliminado. Daí às vezes espera semanas ou meses outra competição. Se sair lesionado ou for suspenso a demora pode ser maior.
O Xadrez pode ser praticado todos os segundos de todos os dias, semanas, meses, anos!
CASAL PERFEITO
Apresentei diante dum diretor de banco, de família famosa de ceramista, um projeto de cerâmica cujo dono tinha uma serraria e pretendia usar serragem junto à argila. Comentei que apesar da origem remota desta prática e o exemplo bíblico do tempo de Moisés, me parecia que havia pouca literatura a respeito.
Ele disse ter mais de cinquenta livros sobre cerâmica, sem citar quantos tratavam da questão específica.
Não sei a tijolada que me deu na telha na hora, nem o que tinha a ver, mas argumentei que o Xadrez tinha mais de cem livros. Sem estender esta discussão ridícula, o parecer foi aprovado com dados pertinentes.
Contudo, a rigor, há bem mais livros sobre cerâmica, porém quanto ao Xadrez muitíssimo mais. E não arrisco chutar a quantidade, pois por mais que isolasse a bola para a estratosfera ela não coçaria o teto.
Fico curioso em saber se a somatória de toda a literatura, títulos e volumes, de todos os esportes se ombreiam com os do Xadrez. Duvido! Quem contar que me conte.
Quais esportes têm mais bibliografia a respeito de pesquisas, estudos, reflexões, TCCs, monografias, teses de mestrado, de doutorado e de pós-doutorado a respeito dos seus benefícios que o Xadrez?
Muitas bibliotecas têm consideráveis espaços não só para os livros de Xadrez como à sua pratica.
E não é só o apreço ao silêncio que impera em seus ambientes que une essa parceria, nem apenas a quantidade de literatura enxadrística, mas também o amor ao estudo, à pesquisa, ao registro por escrito das partidas e comentários, redundando na união perfeita, saudável, profícua entre o Xadrez e a Biblioteca.
Na Biblioteca Pública do Paraná desta união nasceram expressiva quantidade e qualidade de enxadristas nos seus tradicionais torneios, suas aulas e em sua prática amistosa nos dias úteis.
Livro de Xadrez do Henrique Sérgio de Andrade Marinho, primeiramente editado em português, teve versão internacional em inglês e depois reproduzido em russo. Um excelente conteúdo! Três livros?
No CXC um grupo, sob a coordenação do Dr. Aloísio Ponti, se reúne para estudar livros de Xadrez.
Aos que com “profetadas” apregoam que a evolução da teleinformática acabará com o livro e o Xadrez, sugiro esperarem lendo livros e jogando Xadrez, para que a fracassada espera não seja inútil.
REI É A MÃE!
Interessantes teses identificam o Rei no Xadrez com o ego do enxadrista e numa versão edipiana o Rei do adversário com seu próprio pai. Esta interpretação vale também para quem foi criado só pela mãe? Ou por avós, tios, amigos, vizinhos ou orfanatos? Daí o Rei seria a mãe e assim por diante?
Nestes simbolismos curiosos a quais personagens comparam as demais peças do Xadrez? Somente são interpretáveis peças que representam pessoas? O Cavalo por ser animal teria chance? Sobrou a Torre?
Ignoro interpretações acerca de apetrechos/ equipamentos usados em outros esportes. O que significariam as balizas/ traves e travessões, de muitos deles? Fica a meta fora ou é ‘metaforada’?
As redes dos Futebóis (de Campo, Salão, Cinco, Sete, Areia e Suíço), Handebol, Basquete, Voleibol, Futevôlei, Polo Aquático, Tênis de Campo e de Mesa, Punhobol, Badminton etc. têm os mesmos significados? O que cai na rede é peixe, gol, cesta e o que mais? E os que pulam a rede? Ou se balançam nela?
E os tacos de Beisebol, Sinuca, Hóqueis (Gelo, Grama, Patins) etc.? E as diferentes raquetes? As diferenças nas funções das luvas do Beisebol com as do Boxe afetam o entendimento delas? E as opcionais para defender do frio? Variam as comparações das bolas dependendo dos seus diversos tamanhos, formatos, constituições?
Muito mais que estas explicações o que me interessa é saber por que não analisam ou divulgam melhor os resultados destas teses quanto aos outros esportes. Eles não merecem? Porque a esses analistas o Xadrez importa mais? Seria válido somente aos esportes intelectuais, que usam mais a mente? Tem explicação?
É um diferencial positivo do Xadrez que oferece melhor este benefício em relação aos outros esportes?
Pressinto ser mais um tema para enriquecer o vasto tesouro bibliográfico em torno do Xadrez!
DO ALPHAZERO AO OMEGAMIL
Após seu match em 1997 com Kasparov, o Deep Blue com poucas adaptações foi utilíssimo no desenvolvimento do vital e complexo Projeto Genoma, adiantando em dois anos sua conclusão. Ironicamente a IBM, com muito tempo de atraso, reconheceu que a ‘maquinona’ ganhou devido a um erro e não por interferência humana.
Propagandeiam bastante o Omega 3, Omega 6 e outros como milagrosos. Se o AlphaZero já assombra o mundo, imaginemos um OmegaMil, com a evolução inexorável da Inteligência Artificial, cúmplice da Humana.
TORÇO PELO TERÇO
Meu pai desejava que seus filhos sempre fizessem o melhor, mas nunca exigiu que fôssemos o melhor.
Ele nos ensinava a “regra do terço superior” que estimula nos situarmos neste patamar.
Ou seja, se tinham 30 alunos numa turma, ele recomendava estarmos entre os 10 melhores.
Ao aplicar esta regra em competições de Xadrez os resultados foram excelentes. Evita a mediocridade, não ficar abaixo dela e ajuda a gradativamente atingir patamares mais altos. Sem gerar estresses desnecessários.
“Heróis são reféns da glória. Vivem sufocados pela tirania da alta performance.” (Armando Nogueira).
Em cada situação recomendo almejar o terço superior e saber bem se está nele! No que a Classificação ABC é aplicável (A = maior/ mais, B = igual, C = menor/ menos). Sendo mais exigente é o caso de categorizar em sete níveis. Nisto o Xadrez pode emprestar sua forma de anotar comentários, mundialmente consagrados com os sinais: !!, !, !?, =, ?!, ? e ??, que poderiam corresponder às classificações: A, B, C, D, E, F e G.
REPETIÇÃO + REPETIÇÃO + REPETIÇÃO+… + 14 REPETIÇÕES
No Xadrez ao repetir pela terceira vez uma posição o adversário pode reivindicar empate. Não se ganha por dar vários xeques e caso ele seja perpétuo é empate. Irrepetível é o xeque-mate.
Desculpem não ter repetido 17 vezes algumas coisas, média necessária para que possamos gravar bem algo, conforme pesquisas. Mas outros já podem o ter feito, mesmo que em parte, e outros repetirão.
Para compensar estas faltas, repeti a palavra Xadrez 246 vezes, contando as próximas.
Repeti palavras e expressões “como”, “ainda”, “mais”, “mas”, “porém”, “vários”, “uns”, “alguns”, “quase”, “daí”, “até”, “etc.” etc. etc. etc. na dificuldade de encontrar sinônimos ou de ser categórico nuns assuntos.
MAIS QUE DEZ A FIO
Para comparar é preciso obter respostas a questões. No Xadrez a falta de resposta a um lance significa derrota por abandono, xeque-mate ou lance ilegal, se não é empate.
Portanto, sem pretender ressuscitar os duelos de séculos passados, lanço mais que dez desafios aos legítimos esportistas acostumados a competir, ‘competidores competentes’, leais, que respondam as perguntas a seguir sobre seus esportes, além das várias já feitas, para comparar com o Xadrez.
Quantos apresentam mais oportunidades & benefícios e menos ameaças & malefícios que o Xadrez?
Quantos % da população têm acesso ao esporte? Quantos acessariam com os devidos apoios?
Qual a quantidade de praticantes?
Quais esportes têm menos % de praticantes ou ex com demência, Alzheimer ou traumas cerebrais?
Quais expõem menos os esportistas a danos físicos e/ou mentais? Quais favorecem menos o doping?
Sendo esporte prevenção, saúde, cidadania quais favorecem realmente mais a prevenção? A saúde? A cidadania? Em quais esportes os recursos aplicados são mais investimentos que despesas?
Quais favorecem menos desentendimentos, brigas, e vandalismos? E menos assédio/ abuso sexual?
Esportes que contribuem menos ao desenvolvimento geral dos cidadãos e da nação têm mais apoio público?
Em resumo desafio que cada esporte liste seus benefícios e malefícios e localizem em que patamar sua RCB se situa em relação ao Xadrez. E qual o montante das verbas públicas oficiais recebidas anualmente?
Espero que não fujam da raia, pista, quadra etc. e com “fair play” respondam! E “que vença o melhor”!
Alerto que maus esportistas, catimbeiros, desonestos, com “vale-tudo”, querem ganhar de qualquer jeito.
REI ENCOMENDA AÇÕES E OS PEÕES TAMBÉM!
Ao longo do texto já há recomendações, mas por ordem real, sendo humilde peão, acrescento outras.
No Brasil, de riquíssimo potencial humano e abundantes tesouros naturais, é essencial os gestores públicos administrarem bem os parcos recursos financeiros que sobram da corrupção e má gestão, optando por aplicações onde a RCB é mais favorável, ofereça maior retorno e por mais tempo.
Sobretudo que atendam o bem geral do país. Daí priorizariam o Xadrez dada sua excepcional e duradoura RCB.
É preciso considerar as despesas referentes à saúde, à previdência, à segurança etc., de cada Esporte.
Além dos custos de vestimentas, equipamentos, aparelhos, quadras, estádios, ringues, pistas, piscinas, raias, veículos, médicos, enfermeiros, massagistas, roupeiros, medicamentos, pomadas, energéticos etc..
É sensato órgãos de apoio ao esporte escolherem alguns que atendam bem a parte física e outro(s) que desenvolva(m) mais a parte mental, em vez de atender indiscriminadamente.
Recomendo às diretorias de federações, clubes, entidades que apoiam o Xadrez, desacorçoadas com o descaso oficial quase unânime, com brilhantes exceções, em relação a ele que se reanimem e apresentem novos projetos.
As considerações, no que couberem, “mutatis mutandis”, valem para órgãos Estaduais e Municipais de Esporte.
ALTO ‘DESEMPENHADEIROOOOOOO’
A diferença entre o investido na educação básica de Xadrez e no de alto desempenho é um despenhadeiro!
O apoio financeiro ao Xadrez escolar é insuficiente, no entanto é bem mais significativo que ao de alto desempenho, lá embaixo, quase inexistente. Causa de tremenda frustração aos que, “em céu de brigadeiro”, decolam bem no Xadrez e ao buscar alçar maiores voo, em plena subida, com alto desespero despencam do ar. Abatidos não por falta de altura ou qualidade, mas por ausência de combustível, os recursos financeiros.
APARECEU O PARECIDO
Durante os JUBs de 1970, Brasília/DF, uma jovem foi apresentada a um velocista do Paraná. Ao dizer seu nome, “Aparecida”, foi lhe contraposto rapidamente: “Sumida”. Esboçando espanto, talvez pensando ser gozação, em meio às risadas do pessoal ali, ela soube ser este o sobrenome pelo qual o chamavam.
Esportes quando praticados de modo pensado, inteligente, planejado, são tidos por comentaristas como “parece Xadrez”. Por ser paradigma de “bem jogado”, sem sumir com o que já têm de bom, espelhem-se nele!
A tendência é que o enxadrista seja cada vez mais parecido com o Xadrez e este assumir seu jeitão.
NÃO SE ADMIREM DA MINHA ADMIRAÇÂO
Admiro todas as modalidades esportivas e dentro do possível sempre as apoiei e não apenas quando fui Presidente (1971) e Vice (1970) da Federação Paranaense de Desporto Universitário/ FPDU; Presidente (1970), Vice (1971) da Federação Paranaense de Xadrez (FPrX) e Vice-presidente da CBX (88-92).
Não rejeito nenhum esporte, mas é justo e indispensável dar os devidos créditos a cada um. Creio que se existem esportes admirados por bilhões de pessoas por suas qualidades quanto mais o Xadrez deve ser.
Assim entendo ser injusto o desprezo ao Xadrez no Brasil com seus tantos méritos e espetacular RCB.
É justo, honesto, esportivo/ “fair play”, reconhecerem que se o Xadrez recebe pouco eles merecem menos.
Algo diferente disto é competir deslealmente. Então apoiem o Xadrez para serem justamente apoiados!
CURTUCO OU NÃO CURTUCO? CURTUCO OU NÃO CURTUCO? CURTUCO OU NÃO CURTUCO?
Se cutucar com vara curta é ‘curtucar’, ‘curtuco’ onças, gatões, abutres, hienas, ratazanas etc..
Espero que estas abordagens ‘curtuquem’, antipática e maleficamente, a quem os malefícios dos esportes são importantes benefícios, gestores corruptos e/ ou incompetentes e traficantes de drogas.
E que sejam alentos aos que se empenham em tratar, reduzir ou eliminar os malefícios dos esportes.
TABLAS NEM POR TABELA
É facílimo ter percentual zero de empate no Xadrez, é só perder todas as partidas. Porém ao ter mais vitórias que derrotas é difícil ter um índice baixo dele. Nesta condição mantenho cerca de 5% de empate, porque prefiro arriscar e perder que empatar, visto que o simples sair de casa para jogar me motiva vencer.
No caso, dada as enormes vantagens do Xadrez diante doutros esportes nesta saudável, oportuna e esclarecedora competição, não há razão para aceitar empate, apenas para exercer “política de boa vizinhança”.
SEM DEZ A PARECER TRATO DE DESAPARECER
Consciente que o Xadrez tem muitas pedras/ peças e casas no caminho, acostumado a receber de troco lance adversário e confortado pelo fato que Peões ao final são guardados na mesma caixa do Rei, me despedirei.
Destino estas análises, reflexões, questões, opiniões, recomendações e desabafos aos ainda não enxadristas.
Dedico em singela homenagem ao Acyr Rogério Calçado e Murilo Gimenez Salustiano que com pequena equipe: Adwilhans Souza, Israel Krüger, Leo Pasqualini e Márcio Vargas, na direção do CXC ou no seu apoio, enfrentam bravamente os terríveis malefícios da conjuntura atual para disponibilizar os múltiplos benefícios que o Jogo, Arte, Ciência etc. oferece. Mérito reconhecido nacionalmente por em suas gestões o CXC ser considerado várias vezes, por mídias especializadas, o melhor clube de Xadrez do Brasil.
Elogio todos que batalham em prol do Xadrez, como a diretoria da FEXPAR, sob a presidência atual do Ciro Jose Cardoso Pimenta e anteriores do Paulo Virgilio Rios Rodriguez, Luiz Ferreira França Filho e suas equipes.
Ao GM Jaime Sunyé Neto, hepta campeão brasileiro absoluto de Xadrez, ex-presidente da CBX, que em vários momentos e de diversos modos apoiou e enalteceu enormemente o Xadrez curitibano, paranaense, brasileiro e mundial.
Ao Antonio Borges dos Reis pela Lei do ensino do Xadrez nas escolas de Curitiba, modelo para muitos municípios.
Tributo póstumo ao AI Cláudio Antonio Tonegutti, que presidiu a FEXPAR e a FPX e foi Vice da CBX.
Aos Chemin’s, Fier’s e Matsura’s, os maiores “ratings” ‘familiar’ do Paraná com os Choma’s: Alexandre e filhos Ernani e Juliana e à esposa Luciana, que sem jogar foi esplêndida organizadora de grandes eventos enxadrísticos escolares.
Ao AI Carlos Alberto Barriquello Calleros. Ao Amauri Redigolo, Artur Fernando Monteiro, Bolivar Ribeiro Gonzalez, Jair Osipi, Jerry Pilatti, Jomar Egoroff, Marco Aurélio Zaror Cordeiro, Maurides Ferreira da Silva Junior, Pablo Alejandro Acosta, Pedro Caetano de Mendonça, Wilson da Silva e outros enxadristas, árbitros, organizadores e instrutores, que igual aos já citados carregam o Xadrez no coração, mente e costas em suas áreas, sendo vitais nelas.
Reconhecimentos aos dignos gestores públicos que atendem bem suas funções de forma séria, competente, responsável, destinando a cada esporte os recursos conforme sua RCB, voltados ao “bem geral da nação”.
Felicito aos enxadristas pela sua opção por um esporte com fabulosa RCB e que usem bem seus benefícios!
Presto honras especiais aos que praticam o Xadrez enfrentando malefícios doutras origens.
No Xadrez começamos a partida ocupando 16 casas e ao primeiro lance vamos à 17ª. Que a utilização destas 17 páginas ensejem úteis e frutíferas viagens além do mundo que inicia no “preto no branco” do tabuleiro e do papel. Que é composto por muito mais que as 32 casas desocupadas e as com o outro lado.
Não sei quantos lances foram dados nesta partida, porém muitos virão e dependem do próximo. É sua vez!
Sem ter feito lance ‘impossível’, reivindico “j’adoube”s nos erros, injustiças e omissões involuntárias e inevitáveis.
Sou extremamente grato ao Xadrez e aos que o praticaram comigo, com quem aprendi e aprendo, por todos os variados benefícios que nele obtive. E mesmo se algo de ruim dele me adveio, considerando o exposto e ainda mais, sou de parecer que o Xadrez continuará a ser sempre O MEU MALEFÍCIO FAVORITO!!!!!!!!!
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2 comentários
Pena que não tive tempo pra lê a integra mas “rachei de rir” com o pouco que li. Muito bom!
Nossa é um livro sobre os aspectos psicológicos, filosóficose terápicos do xadrez. Parabéns !!!